A dieta do futuro deverá considerar as pequenas, mas significativas, diferenças genéticas existentes no genoma humano, mas existe um longo caminho a ser percorrido até atingirmos as dietas altamente personalizadas. Uma dieta eficaz deverá ser capaz de aliar as diferenças genéticas a todos os fatores ambientais de cada indivíduo.
Uma mesma dieta pode ter respostas diferentes dependendo do indivíduo que a ingere, como exemplo cita-se as dietas reduzidas em sódio, que contribuem para a diminuição da tensão arterial em alguns pacientes e não em outros. Além disso, gêmeos com a mesma constituição genética, se forem separados, serão diferentes ao final de 30 anos.
Estas são questões exploradas pela genômica nutricional, nas suas duas vertentes: nutrigenética e nutrigenômica.
A nutrigenética estuda a resposta da constituição genética de cada indivíduo aos diferentes estímulos ambientais e dietéticos. Já a nutrigenômica avalia os efeitos da dieta sobre a constituição genética de um organismo, ou seja, a modulação da expressão dos genes.
Como exemplo do valor das descobertas provenientes destes estudos tem-se o conhecimento que 20 a 30% da população tem uma pequena alteração genética (polimorfismo) na enzima que metaboliza o ácido fólico, de importância reconhecida para as gestantes, segundo um estudo realizado nos anos 80 nos Estados Unidos. Como essas pessoas não metabolizam adequadamente o ácido fólico da dieta e, dada a frequência dessa alteração genética na população, foi recomendado em vários países, e decidido por lei nos Estados Unidos, fortificar os cereais com ácido fólico.
Os polimorfismos são as formas mais simples de variações genéticas encontradas no genoma humano, isto as diferencia das mutações genéticas, que normalmente podem levar à doenças graves.
O impacto causo por um polimorfismo é menor ou seu efeito sobre a saúde é mais difícil de ser observado. Daí a necessidade de estudar o impacto de um conjunto de variações e o seu significado para a saúde humana, especialmente quando se considera a prevenção.
Principalmente para algumas vitaminas e alguns minerais, há especialistas mundiais que vêem a necessidade de reajustar as recomendações nutricionais frente à alimentação da população.
Fonte: MARQUES, C. Disponível em: 0www.cienciahoje.pt. Acesso em: 21 out. 2009.
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